O início do tratamento para artrose vai além da escolha de um medicamento. O profissional deve considerar o diagnóstico preciso, o histórico clínico do paciente, a presença de comorbidades, as medidas não farmacológicas já adotadas e os riscos associados a cada classe de fármaco.

A artrose é uma das doenças musculoesqueléticas mais prevalentes no mundo, em especial entre pacientes idosos. Trata-se de uma condição crônica e progressiva, caracterizada pela degeneração da cartilagem articular, que leva à dor, rigidez e limitação funcional.
Embora não tenha cura, existe mais de uma opção de medicamento para artrose e outras medidas que ajudam a controlar a evolução do problema. Também promovem mais qualidade de vida para o paciente conviver com sua condição.
Assim, o manejo da artrose envolve uma abordagem multimodal, em que o tratamento medicamentoso tem um papel importante, mas deve ser cuidadosamente avaliado caso a caso. Neste artigo, reunimos os principais aspectos que o médico deve considerar antes de indicar essa terapia. Boa leitura!
O que considerar na escolha de um medicamento para artrose?
Não são apenas os fármacos em si que devem ser analisados. Existe um contexto maior nos bastidores que é essencial para nortear a conduta do especialista. Entenda.
Diagnóstico e confirmação clínica
O primeiro passo é confirmar o diagnóstico de artrose. Apesar de exames de imagem, como radiografias e ressonância magnética, auxiliarem na investigação, a avaliação clínica continua sendo essencial. Ela permite diferenciar a artrose de outras condições articulares, como artrite reumatoide e gota.
Iniciar tratamento sem um diagnóstico preciso pode levar ao uso inadequado de um medicamento para artrose. Além disso, existe o risco de mascarar doenças que exigem condutas distintas.
Perfil do paciente e comorbidades
Cada paciente apresenta um contexto clínico único, e isso deve nortear a escolha terapêutica. Condições como hipertensão, diabetes, insuficiência renal ou histórico de úlceras gastrointestinais, por exemplo, interferem diretamente na segurança e tolerabilidade de diversas classes de fármacos.
Não podemos esquecer que fatores como idade, uso associado de outros medicamentos e histórico de reações adversas precisam ser avaliados com atenção. Dessa forma, é possível analisar qual medicamento para artrose poderia trazer melhores resultados com segurança.
Intervenções não medicamentosas já adotadas
Diretrizes internacionais, como as da American College of Rheumatology (ACR) e da Osteoarthritis Research Society International (OARSI), ressaltam que o tratamento da artrose deve começar com medidas não medicamentosas, por exemplo:
- prática regular de exercícios;
- controle do peso corporal;
- fisioterapia;
- orientações educativas;
- estratégias de autogestão.
A decisão de iniciar um tratamento com medicamento para artrose deve considerar se essas medidas já foram implementadas. Se sim, quais delas e se houve resposta clínica satisfatória, para então definir se o fármaco é necessário ou seria o melhor protocolo em cada caso.
Quais são as classes de medicamentos utilizadas no manejo da artrose?
Quando as intervenções não farmacológicas não são suficientes, algumas classes de medicamentos podem ser consideradas como parte do tratamento. Confira as mais utilizadas.
Analgésicos simples
São indicados para alívio de dor leve a moderada, embora sua eficácia seja limitada em alguns casos.
Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs)
Estão disponíveis em formulações tópicas e orais. São muito utilizados no manejo da dor e da inflamação. No entanto, apresentam riscos gastrointestinais, cardiovasculares e renais que exigem monitoramento.
Corticosteroides intra-articulares
São empregados em situações específicas para o controle da inflamação localizada. Seu efeito, geralmente, é de curto prazo.
Outras opções
Algumas diretrizes mencionam o uso de alguns antidepressivos em casos de dor crônica, bem como analgésicos de ação central. Mas a utilização dessas alternativas depende do perfil e da necessidade do paciente.
Vale destacar que a escolha da classe, do medicamento específico e da via de administração deve sempre ser individualizada e alinhada com a melhor evidência científica disponível.
A importância do monitoramento e do acompanhamento
O acompanhamento clínico é fundamental após iniciar qualquer medicamento para artrose. Ele inclui avaliar a resposta terapêutica, investigar possíveis eventos adversos, revisar interações medicamentosas e ajustar a conduta conforme necessário.
É fundamental dar uma atenção especial para pacientes idosos. Nesse caso, o Critério de Beers serve como alerta para o risco aumentado de efeitos indesejados de determinados fármacos. Inclusive, o acompanhamento precisa considerar os riscos de cada classe de medicamento para a solicitação de exames e a recomendação de medidas e cuidados preventivos.
O tratamento com medicamento para artrose deve ser visto como parte de um cuidado amplo e personalizado. Antes de prescrever o fármaco, é fundamental avaliar o diagnóstico, o histórico clínico, as comorbidades, as medidas já adotadas e os riscos, para tomar a melhor decisão, equilibrando segurança, eficácia e qualidade de vida para cada paciente.
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Perguntas frequentes
Como desinflamar a artrose?
A artrose não é uma doença inflamatória, mas pode haver períodos de inflamação nas articulações. Nessas fases, o médico poderá avaliar o uso de medicamentos específicos e orientar cuidados complementares, como fisioterapia e medidas de proteção articular.
Quais são os sintomas de uma crise de artrose?
Durante uma crise, é comum sentir dor mais intensa, inchaço, rigidez e dificuldade para movimentar a articulação. Esses sinais podem variar em duração e intensidade, dependendo do estágio da doença.
Qual o melhor exercício para quem tem artrose?
Não há um exercício único considerado “o melhor”. Atividades de baixo impacto, como caminhada, natação, pilates e bicicleta ergométrica ajudam a fortalecer músculos, melhorar a mobilidade e reduzir a dor. A escolha deve ser personalizada, de acordo com orientação profissional.
Quem tem artrose pode fazer caminhada todos os dias?
Em muitos casos, sim. Caminhadas leves e regulares podem auxiliar no controle da dor e na manutenção da mobilidade. O importante é respeitar os limites do corpo, usar calçados adequados e ajustar a intensidade da atividade conforme orientação do especialista.
O que pode piorar a artrose?
Excesso de peso, sedentarismo, atividades de alto impacto sem preparo físico adequado, má postura e sobrecarga articular. A falta de acompanhamento médico também contribui para a progressão da doença.