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Como a Doença de Alzheimer é diagnosticada em diferentes fases?

Tempo de Leitura: 5 min.
Data de Publicação: 28/10/2025
Sumário

O diagnóstico da doença de Alzheimer envolve diferentes etapas e critérios, que mudam ao longo da evolução clínica do paciente. Ou seja, é possível identificar novos casos mesmo antes de os sintomas começarem a se manifestar.

Profissional de saúde com estetoscópio segura modelo anatômico colorido de cérebro, apontando regiões específicas com uma caneta para explicação.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que mais de 55 milhões de pessoas vivem atualmente com algum tipo de demência. Esse número deve aumentar nas próximas décadas em razão do envelhecimento populacional. A Doença de Alzheimer é a causa mais comum de demência em todo o mundo, representando cerca de 60 a 70% dos casos. 

Saber como a doença de Alzheimer é diagnosticada ajuda a identificar novos casos, em especial de forma precoce. Isso é essencial para oferecer intervenções que retardem a progressão dos sintomas e para auxiliar no planejamento familiar, no suporte psicossocial e na adoção de estratégias que promovam qualidade de vida para o paciente.

Contudo, a doença pode ser diagnosticada em diferentes fases. Neste material falamos sobre isso. Continue lendo e confira.

Como a doença de Alzheimer é diagnosticada?

O diagnóstico da doença de Alzheimer não é feito por um exame isolado. Ele resulta da integração entre avaliação clínica, exames cognitivos, laboratoriais e de imagem, que se apresentam de forma diferente em cada fase da doença.

Portanto, o diagnóstico é considerado clínico e se apoia em três pilares principais, sendo:

  1. História clínica detalhada, incluindo evolução dos sintomas e impacto funcional;
  2. Exames neuropsicológicos, que avaliam memória, linguagem, atenção e funções executivas;
  3. Exames complementares, como laboratoriais e de imagem, para excluir causas reversíveis e apoiar a suspeita diagnóstica.

A seguir, detalhamos como esse processo ocorre em cada fase da doença.

Fase pré-clínica

As alterações neuropatológicas do Alzheimer, como acúmulo de placas de beta-amiloide e emaranhados de proteína tau, começam anos ou mesmo décadas antes do aparecimento dos sintomas. Essa é a chamada fase pré-clínica.

Nela, os pacientes são assintomáticos, mas já podem apresentar alterações em biomarcadores específicos. Os exames de PET amiloide ou análise do líquido cerebrospinal (LCR) podem detectar níveis anormais de beta-amiloide e tau.

Mas essa etapa ainda não faz parte da rotina clínica em larga escala. De toda forma, é usada em pesquisas e em centros especializados.

Comprometimento cognitivo leve (CCL)

O comprometimento cognitivo leve representa uma fase de transição entre o envelhecimento normal e a demência. Nem todo CCL evolui para Alzheimer, mas muitos casos fazem parte da manifestação da doença.

Nessa fase, os pacientes apresentam queixas de memória recente, que são confirmadas por testes cognitivos, mas mantêm autonomia funcional. Podem ser feitas avaliações como:

  • Mini-Mental State Examination (MMSE);
  • Montreal Cognitive Assessment (MoCA);
  • testes de memória episódica.

Os exames laboratoriais de função tireoidiana, vitamina B12 e glicemia ajudam a excluir causas secundárias. Mas o diagnóstico nesse estágio é desafiador, e o acompanhamento é essencial.

Fase inicial do Alzheimer

Na fase inicial, os sintomas de memória e cognição já começam a comprometer atividades complexas da vida diária. O paciente sente dificuldade em planejar tarefas financeiras, lembrar compromissos e organizar rotinas. 

Essas manifestações são critérios diagnósticos que o NIA-AA (National Institute on Aging and Alzheimer’s Association) descreve como “demência provável por Doença de Alzheimer”. Mas a análise de sintomas não é como a doença de Alzheimer é diagnosticada nessa fase. 

Considerando esses sinais, são feitos exames de imagem, como ressonância magnética, que podem mostrar atrofia hipocampal. Já os biomarcadores de LCR (beta-amiloide reduzido, tau elevada) podem confirmar a suspeita em centros de referência.

Fase intermediária

A progressão da doença deixa os sintomas mais evidentes e mostram um impacto significativo na funcionalidade. O paciente apresenta desorientação temporal, dificuldades de linguagem, alterações comportamentais e perda de autonomia em atividades cotidianas.

Nessa fase, o envolvimento de cuidadores é fundamental para o manejo diário. O diagnóstico é essencialmente clínico, sustentado pela evolução dos déficits cognitivos e funcionais. Mas a neuroimagem estrutural pode mostrar atrofia cortical mais extensa.

Fase avançada

Na fase avançada, a Doença de Alzheimer compromete gravemente a cognição e a autonomia. Os pacientes perdem a memória de longo prazo, a capacidade de comunicação e as funções motoras.

O diagnóstico é clínico, baseado na história natural da doença. Os exames complementares servem mais para monitorar do que para confirmar a demência.

Em todo caso, a confirmação definitiva da doença de Alzheimer ainda só é possível por exame neuropatológico post-mortem. Contudo, a evolução clínica do paciente é suficiente para caracterização da condição.

Portanto, ao pesquisar sobre como a doença de Alzheimer é diagnosticada, você verá que trata-se de um processo progressivo, que varia conforme a fase da doença. Ele depende de história clínica, avaliação neuropsicológica e exames. Ainda que não haja cura, o diagnóstico bem estabelecido permite oferecer intervenções mais eficazes e humanizadas, com impacto direto na qualidade de vida do paciente e de seus cuidadores.

Perguntas Frequentes

1. Quais são as fases da Doença de Alzheimer?

Pode haver uma fase pré-clínica, na qual alterações cerebrais ocorrem sem sintomas perceptíveis. Em seguida, surge o comprometimento cognitivo leve (CCL). Depois, a doença avança para os estágios inicial, intermediário e avançado, com piora progressiva da memória, linguagem, comportamento e funções motoras.

2. Como saber se a pessoa está com começo de Doença de Alzheimer?

Os sinais iniciais incluem esquecimentos frequentes de informações recentes, dificuldade em organizar tarefas complexas, desorientação em locais conhecidos e alterações sutis de linguagem. Mas o diagnóstico exige avaliação profissional.

3. Como é feito o diagnóstico da Doença de Alzheimer precoce?

O diagnóstico precoce é baseado na anamnese, na avaliação cognitiva padronizada, em exames laboratoriais para descartar outras condições e, em alguns casos, exames de imagem estrutural ou funcional. Podem ser utilizados biomarcadores.

4. Quanto tempo leva para a Doença de Alzheimer evoluir?

A progressão varia, mas a média é de 8 a 12 anos após o início dos sintomas. Alguns pacientes apresentam evolução mais lenta, enquanto outros podem ter deterioração rápida.

5. Em que idade o Alzheimer se manifesta?

A maioria dos casos ocorre a partir dos 65 anos. Mas existe a forma de início precoce, menos comum, que pode se manifestar entre os 40 e 60 anos, geralmente associada a fatores genéticos.

Dr. Paulo Casali
DR. PAULO CASALI
CRM: 76648 
RQE: 15487

Meu nome é Paulo Antonio Casali, sou médico Geriatra e Nutrólogo com mais de 30 anos de experiência.

Meu foco é na prevenção com uma visão holística e Integrativa para um envelhecimento digno e bem sucedido.

Sou prescritor de cannabis medicinal, homeopatia, fitoterapia e prática ortomolecular.

Será um prazer atendê-lo e oferecer a você o melhor que a medicina pode proporcionar!

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