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Cannabis medicinal no controle da esclerose múltipla

Tempo de Leitura: 5 min.
Data de Publicação: 09/09/2025
Sumário

A cannabis medicinal tem se mostrado uma alternativa terapêutica capaz de auxiliar no controle dos sintomas da esclerose múltipla. Seu uso personalizado e supervisionado pode trazer para alguns pacientes novas possibilidades para melhorar a qualidade de vida.

Frasco de óleo medicinal com conta-gotas ao lado de folhas de cannabis, simbolizando o uso terapêutico da planta em tratamentos de saúde.

A esclerose múltipla (EM) é uma doença neurológica crônica que afeta cerca de 2,9 milhões de pessoas no mundo. Caracterizada por episódios de inflamação e lesões no sistema nervoso central, ela pode gerar sintomas como fadiga intensa, dificuldades motoras, alterações visuais, dor e espasticidade (rigidez e contrações involuntárias dos músculos). Assim, impacta a mobilidade e a qualidade de vida.

Nos últimos anos, a cannabis medicinal tem se destacado como uma alternativa terapêutica no manejo de alguns desses sintomas, em especial a espasticidade. Apesar de ainda ser alvo de dúvidas e preconceitos, trata-se de um tratamento que tem o respaldo de pesquisas científicas. Também é regulamentado por órgãos de saúde, quando utilizado em contextos específicos e sempre com acompanhamento médico.

Quer saber mais? Neste artigo, explicamos como a cannabis medicinal pode auxiliar pacientes com esclerose múltipla, quais são as evidências disponíveis, como o tratamento funciona na prática, entre outras informações. Continue lendo!

O que é cannabis medicinal?

O termo cannabis medicinal se refere ao uso controlado e supervisionado de medicamentos derivados da planta Cannabis sativa para fins terapêuticos. Esses medicamentos contêm substâncias chamadas canabinoides, que atuam em receptores presentes no organismo humano regulando processos como dor, tônus muscular, sono e humor.

Dois canabinoides têm maior destaque na medicina atualmente. Um deles é o Canabidiol (CBD), que não causa efeitos psicoativos. Vem sendo estudado, principalmente, por seu potencial para reduzir crises epilépticas, ansiedade e inflamações.

O segundo é chamado Tetraidrocanabinol (THC). Ele é o principal responsável pelos efeitos psicoativos da planta, mas, em doses controladas, pode contribuir para o alívio da dor e da espasticidade.

É muito importante saber diferenciar o uso medicinal do uso recreativo da planta. Enquanto o primeiro segue critérios médicos rigorosos, com prescrição, dose adequada e produtos padronizados, o segundo não tem controle de qualidade e pode trazer riscos à saúde.

Qual a relação entre cannabis medicinal e esclerose múltipla?

Nos casos de esclerose múltipla, a cannabis medicinal tem sido estudada para controlar, em especial, a espasticidade. Essa rigidez muscular dificulta movimentos simples, como andar, levantar e manter o equilíbrio. Por isso, está entre os sintomas mais incapacitantes da doença e, muitas vezes, não responde bem aos tratamentos convencionais.

Os medicamentos à base de cannabis poderiam trazer alívio sintomático para pacientes com EM. Os ativos da planta têm potencial para melhorar a rigidez, reduzir espasmos e, assim, promover maior conforto no dia a dia.

Além da espasticidade, há pesquisas que avaliam o uso da cannabis medicinal no manejo da dor crônica relacionada à esclerose múltipla. Contudo os resultados ainda são considerados preliminares.

É fundamental destacar que a cannabis medicinal não cura a esclerose múltipla. Ela atua como uma ferramenta complementar para melhorar a qualidade de vida dos pacientes, ajudando a controlar sintomas em situações em que outras terapias podem não ser suficientes.

Como funciona o tratamento na prática?

No caso específico da esclerose múltipla, o medicamento mais utilizado e estudado é o spray oromucosal com THC:CBD em proporção 1:1. Ele é aplicado na mucosa oral, permitindo uma absorção rápida dos canabinoides. A indicação é para pacientes com espasticidade moderada a grave que não obtiveram resposta satisfatória com outros medicamentos.

O tratamento geralmente começa com doses baixas, que são ajustadas gradualmente conforme a resposta clínica e a tolerância do paciente. O acompanhamento médico é indispensável para avaliar os benefícios, monitorar possíveis efeitos e decidir sobre a continuidade do uso.

Vale ressaltar que nem todo produto à base de cannabis é adequado para esclerose múltipla. Portanto, o tratamento deve ser feito apenas com medicamentos padronizados e de qualidade comprovada, sempre sob prescrição e supervisão médica.

A cannabis medicinal é regulamentada no Brasil?

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já aprovou o uso do spray oromucosal para o tratamento da espasticidade em pacientes adultos com esclerose múltipla, que não responderam de forma adequada a outras terapias. Essa aprovação garante que o medicamento esteja disponível em farmácias, mediante prescrição médica.

Além disso, em 2019, a Anvisa criou uma categoria regulatória específica para produtos à base de cannabis para uso medicinal. Com isso, permitiu a fabricação, importação e comercialização em território nacional, sempre com autorização da agência.

Os pacientes que precisam de formulações que ainda não estão disponíveis no Brasil podem recorrer à importação mediante prescrição médica. Porém, o processo também deve ser autorizado pela Anvisa. 

Outro detalhe é que apenas médicos certificados podem prescrever os medicamentos, e todo o tratamento deve estar dentro dos critérios legais estabelecidos.

De toda forma, a cannabis medicinal representa um avanço importante no controle dos sintomas de esclerose múltipla. Embora não seja uma cura e nem esteja indicada para todos os casos, é uma opção terapêutica relevante, com evidências científicas e regulamentada pela Anvisa.

Para pacientes e/ou familiares interessados nesse tipo de tratamento, o primeiro passo é conversar com um médico especialista em cannabis medicinal para EM. Ele poderá avaliar a indicação, prescrever a terapia adequada e acompanhar a evolução de forma segura e dentro da lei.

Perguntas Frequentes

1. O que é cannabis medicinal e para que serve?

A cannabis medicinal é o uso controlado de derivados da planta Cannabis sativa, como CBD e THC. Serve para tratar sintomas de doenças, como dor, espasticidade e náuseas, sempre sob prescrição médica.

2. Quem pode usar cannabis medicinal no Brasil?

Apenas pacientes com indicação médica para condições específicas. O tratamento exige a receita de um profissional habilitado e produtos autorizados ou importados conforme regulamentação da Anvisa.

3. Quais são os efeitos colaterais da cannabis medicinal?

Os efeitos mais comuns incluem tontura, sonolência, boca seca e fadiga. Alguns pacientes podem sentir alterações de humor ou atenção, principalmente em doses altas de THC. Por isso, o acompanhamento médico é essencial.

4. Quais doenças podem ser tratadas com a cannabis?

A cannabis medicinal é usada como terapia adjuvante em condições como esclerose múltipla, epilepsia refratária, Alzheimer, Parkinson, ansiedade, dor crônica, náuseas e vômitos induzidos por quimioterapia, entre outras, sempre avaliadas pelo médico.

5. Quais são os efeitos do canabidiol no cérebro?

O canabidiol (CBD) atua modulando o sistema endocanabinoide. Assim, ajuda a regular dor, humor, inflamação e espasticidade, sem causar efeitos psicoativos significativos.

Dr. Paulo Casali
DR. PAULO CASALI
CRM: 76648 
RQE: 15487

Meu nome é Paulo Antonio Casali, sou médico Geriatra e Nutrólogo com mais de 30 anos de experiência.

Meu foco é na prevenção com uma visão holística e Integrativa para um envelhecimento digno e bem sucedido.

Sou prescritor de cannabis medicinal, homeopatia, fitoterapia e prática ortomolecular.

Será um prazer atendê-lo e oferecer a você o melhor que a medicina pode proporcionar!

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